Masculinidade Tóxica: um recorte do cotidiano LGBTQIA+ empresarial

Masculinidade Tóxica: um recorte do cotidiano LGBTQIA+ empresarial

Dando seguimento à nossa série de textos sobre masculinidade tóxica, falaremos hoje, no segundo texto, sobre o impacto que ela provoca nos profissionais lgbtqia+. Trataremos também de medidas que visam não apenas reduzir, mas erradicar a masculinidade tóxica que tanto fere tais pessoas.

Por que isso afeta tal grupo?

A masculinidade tóxica implica definição errônea de que a masculinidade só pode ser exercida de uma forma, norteada pela agressividade, hipersexualização, competitividade, virilidade e por outros aspectos também nocivos ao convívio em sociedade.

Tal caracterização da masculinidade propõe em uma falsa impressão de poder e suscetivelmente à uma inferiorização ao que se difere de tal padrão. Esse processo fere gravemente os indivíduos da população lgbtqia+, pois, além da possibilidade de sofrerem inúmeros processos semelhantes aos que as mulheres hétero cis passam (citados no texto anterior), também estão sujeitos a agressões relacionadas a sua definição de gênero, vestuário, sexualidade, capacidade e até mesmo quanto a sua gesticulação, dentre outros.

Quais os impactos na empresa?

Além da violação de direitos humanos que pode ter inúmeras consequências de extrema gravidade, o exercício da masculinidade tóxica no ambiente empresarial pode significar um impacto negativo no clima organizacional da empresa; gaps em processos de brainstorming, gerados por um baixo engajamento; menos pessoas lgbtqia+ ocupando cargos de liderança, consequentemente menor representatividade; repressão da fala de tal comunidade, além de inúmeros outros problemas.

 Como erradicar esse comportamento

Primeiramente devemos salientar que, em inúmeras situações, a omissão está muito próxima da conivência, isso quando não são sinônimos. As pessoas precisam parar de ignorar as vozes da comunidade lgbtqia+, atendendo suas demandas que já deveriam ter sido resolutas. Tal problemática não foi tratada da mesma forma em todas as culturas, um exemplo são determinadas etnias norte americanas que não apenas reconheciam e respeitavam, como também praticavam grande empatia por humanos que em tempos atuais, talvez, seriam chamades Queer.

Outra ação imediata deve ser o empoderamento de tal população em uma empresa. Ainda que tal empresa não possua problemas nítidos com masculinidade tóxica, as sequelas de uma cultura que perpetua a prática da masculinidade heteronormativa ainda irão afetar o grupo menos favorecido. Um exemplo de tal problemática é a ausência de vagas que sequer podem ser pleiteadas pela população trans, quem dirá, direcionadas para tal.

Buscamos realizar um levantamento de questões introdutórias quanto aos fatos apresentados, a discussão acerca desse tema deve se iniciar o mais cedo possível na vida do indivíduo, pois, tomando a masculinidade tóxica como algo cultural advindo do patriarcado, deve ser combatida em berço, para que não ocorra a perpetuação de ideias tão nocivas a outras pessoas.

Salientamos que dada a profundidade deste problema, seria impossível listar e explicar tudo o envolvendo em apenas um texto, sendo assim, essencial a leitura de material complementar quanto ao mesmo.

 

Rafael Silva – Assessor de criação de conteúdo.