Masculinidade tóxica: um recorte sobre os efeitos no homem

Masculinidade tóxica: um recorte sobre os efeitos no homem

Chegamos ao terceiro e último texto da nossa coletânea sobre a masculinidade tóxica. Aqui, abordaremos os efeitos de tal conceito na saúde mental do homem e consequentemente na saúde física.

De acordo com um estudo realizado em 2019 pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que faz parte da OMS, um a cada 5 homens irá morrer antes dos cinquenta anos em decorrência direta da masculinidade tóxica.

Por quê?

A masculinidade tóxica pode representar uma ameaça inclusive para as pessoas que a expressam, tendo repercussões amplas em vários âmbitos da saúde. Pensando nas alterações relacionadas ao comportamento, homens que expressam a masculinidade de forma tóxica irão reprimir e negar aspectos que possam considerar associados à fragilidade. Desta forma, há a perpetuação da noção de algo como “uma falsa imunidade” ao que seria nocivo.

Como?

A falsa noção de imunidade que mencionamos, pode-se expressar em várias possibilidades, infelizmente. Uma das mais comuns é um comportamento negacionista quanto à demanda de autocuidado em saúde. Esse autocuidado pode se mostrar ausente tanto na saúde física quanto na mental.

Na saúde física de tais indivíduos, normalmente, há um desleixo com higiene. Isso está associado à noção errônea do rústico ser semelhante ou compatível ao másculo. Para exemplificar melhor esse ponto, podemos citar os números de amputações penianas no Brasil que em grande parte dos casos está relacionada à falta de cuidados com a higiene.

No que tange a saúde mental, é possível mencionar, dentre vários aspectos, a ideia hedionda de que homens não podem ou não devem chorar, pois isso os tornariam frágeis, lembrando que fragilidade é algo que esses homens não desejam que seja expresso na figura masculina. Assim, ocorre a repressão contínua de comportamentos afetivos com outros homens (falamos mais sobre isso no nosso segundo texto sobre masculinidade tóxica).

Combatendo

Ainda que os homens também sejam afetados pelas consequências da masculinidade tóxica, devemos lembrar que são eles os que mais prejudicam o outro com tal comportamento ou pensamento. Diante disso, devemos pensar na educação adequada para as crianças, esse seria o primeiro e mais importante passo no combate a masculinidade tóxica.

Outro ponto necessário é a repressão e diálogo sobre esse comportamento em indivíduos adultos, pois é neles que esse comportamento gera consequências incalculáveis pra muitas pessoas. Tal repressão deve se dar por leis que defendam as pessoas mais afetadas. Outras vias de intervenção são campanhas que busquem conscientizar os homens sobre as consequências da masculinidade tóxica no alheio e neles mesmos.

 

Rafael Silva – Assessor de Criação de Conteúdo